Em 2050 os idosos representarão um quinto da população mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões. Diante desse cenário, será que a sociedade está preparada para conviver e dividir espaços públicos e privados com idosos, que não renunciam à autonomia pessoal, ou que precisam de cuidados especiais.
Pouco se fala, mas existe, e, é preciso ser combatida a discriminação contra os idosos.
Na pandemia do coronavírus o comportamento discriminativo contra a pessoa idosa ganhou mais visibilidade, tanto que, no mês de abril desse ano, especialistas discutiram o tema, durante debate na Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, sobre o chamado “ageísmo” ou “idadismo”. Apontando o preconceito, inclusive no mercado de trabalho; na preparação dos alunos de Medicina para atender aos pacientes mais velhos e na falta de investimentos nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs).
A fase “envelhecer” ainda é entendida pela maior parte da sociedade, incluindo o Poder Público, como improdutivo ou frágil. Sabemos que não é uma verdade, nem todo idoso é frágil ou incapaz de desenvolver uma atividade laboral, a maior parte dos aposentados, não conseguem sobreviver com o salário-mínimo e trabalham fora.
Um levantamento feito em 2020, pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) revela que o Brasil tem 33,9 milhões de pessoas com 60 anos ou mais que possui emprego, e quase 8 milhões, desse total, trabalham em locais onde ficam mais expostos a riscos de insalubridade.
Infelizmente, a pessoa com 50 anos, já vem enfrentando esse preconceito ao tentar se manter empregado ou uma recolocação, reflexo inicial da discriminação contra os mais velhos no mercado de trabalho. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), aponta que do último trimestre de 2019 ao último trimestre de 2020, 800 mil idosos foram demitidos, e estão desocupados, mas continuam procurando trabalho; e 800 mil estão desocupados, mas não estão procurando trabalho.
Seria interessante ter o recorte desses dados, e de forma exata, do Estado de Mato Grosso, região onde o SindapiMT há 11 anos busca por garantias de direitos do idoso. Entretanto, os levantamentos apresentados por órgãos de pesquisas, são incompletos e não abrangem os 141 municípios. Como combater o preconceito e as desigualdades sem antes, tê-los identificados.
Por que é preciso falar sobre o idadismo? Simplesmente por se tratar de um tipo de preconceito em relação a idade, que além de dividir as pessoas, no caso “velhos e não velhos” causa prejuízos, desvantagens e injustiças.
Em Mato Grosso se faz urgente, ampliar as políticas de fortalecimento e promoção de trabalho, moradia, saúde, alfabetização dentre outros, todos voltados para a população idosa. E para iniciar esse trabalho, se faz necessário, que o Poder Público e as instituições realizem pesquisas sobre o quantitativo e qualitativos dos idosos, bem como as suas dificuldades, em todos os municípios do estado, e assim preparar a sociedade e o Poder Público com olhar positivo com relação ao envelhecimento.