Recentemente li um estudo em que as mulheres de antigamente pareciam bem mais envelhecidas que as atuais com a mesma idade.
O corte de cabelo antigo, com franjinha na testa, o uso de laquê para armar os cabelos, cachos de cabelos, maquiagem envelheciam as moças.
Alimentação, academia de ginástica, não uso de cigarros, tratamento da pele, fizeram com que as mulheres apresentassem um ar juvenil, mesmo na casa dos sessenta.
E não é que algumas sessentonas estão disputando o título de ‘Miss Mundo’ da beleza?
O avanço da tecnologia médica ajudou na modulação do corpo feminino, especialmente face, mamas, abdômen, coxas.
Aos dezoito anos ou antes os especialistas começam a consertar aquilo que a natureza não fez e a sociedade de consumo não aceita.
Todas as mulheres atuais são iguais, umas parecidas com as outras, sempre com clareamento dos cabelos.
Parecem mulheres de países nórdicos com seus cabelos cor de ouro.
Os jogadores de futebol se diversificam mais com as cores do cabelo, indo do branco, amarelo até o rosa choque.
Os inventores do futebol até os anos quarenta usavam o gorro para jogar futebol.
Seria interessante apreciar uma foto de jogadores dos anos trinta com o gorro.
O mais emblemático deles foi o beque Domingos da Guia na Copa do Mundo da França em 1934.
Os jogadores pareciam bem mais envelhecidos que os atuais, tratados por cabelereiros exclusivos nos vestiários antes das partidas de futebol!
Quando criança aprendi que criança feia quando crescesse seria bonita.
A criança bonita seria feia.
Hoje não existe criança feia, independente da sua classe social e econômica.
Todas são muito bonitas e muito parecidas.
A impressão dos antigos é que a beleza foi democratizada para a alegria de todos.
Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT